55 cartas
Embora haja indícios de que os jogos de cartas teriam surgido na China juntamente com o papel, há outros que apontam uma origem árabe. De qualquer modo, o baralho foi introduzido na Europa durante o século XIV. E a partir do século XV, o desenvolvimento dos processos de impressão e de fabricação de papel propiciou a popularização do baralho em vários países.
Em meados do século XV surgiu em Portugal um tipo de baralho, cuja origem se desconhece e cujo desenho passou a ser conhecido por baralho português. Este baralho difundiu-se pelo Oriente, levado pelos navios portugueses, sendo mais tarde imitado e adaptado à sua própria cultura, por japoneses, indonésios e indianos. O padrão português acabou por se extinguir em finais do século XIX, em detrimento do padrão francês, universalmente aceito na atualidade.
Apesar desta existência antiga, as cartas do baralho português só foram fabricadas em Portugal a partir de 1769, quando foi criada a Real Fábrica de Cartas de Jogar de Lisboa, anexa à Impressão Régia.
Há quem acredite que o baralho foi inventado pelo pintor francês Jacquemin Gringonneur, sob encomenda do rei Carlos VI de França. Gringonneur desenvolveu as cartas do jogo de forma que representassem a divisão da sociedade francesa através de seus naipes, sendo copas o clero; espadas a nobreza; paus os camponeses; ouros a burguesia.
Mais tarde, atribuíram-se significados específicos às cartas com figuras, representando personalidades históricas e bíblicas. São elas:
Rei de Ouros — Júlio César, geralmente com um machado que simboliza as legiões romanas;
Rei de Espadas — o rei israelita Davi;
Rei de Copas — o rei Carlos Magno;
Rei de Paus — Alexandre, o Grande;
Dama de Ouros — Raquel, esposa de Jacó;
Dama de Espadas — A deusa grega Atena;
Dama de Copas — Judite, personagem bíblica;
Dama de Paus — Elizabeth I de Inglaterra;
Valete de Ouros — Heitor, Príncipe de Troia;
Valete de Espadas — Napoleão Bonaparte, imperador francês; ou Holger Danske, rei dinamarquês (conforme imagem cartas);
Valete de Copas — Dante Alighieri, escritor italiano; ou La Hire (Étienne de Vignolles) (conforme imagem cartas);
Valete de Paus — Sir Lancelot.
A carta que tem a frente com maior liberdade de criação é o coringa ou joker, que representaria os palhaços dos jograis realizados nos castelos medievais.